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A principal idéia da Inflação supõe que houve uma época, nos
primeiros instantes do Universo, em que o fator de escala
cresceu exponencialmente. O modelo inflacionário foi proposto como
uma possível solução ao problema do horizonte e da curvatura. Seu
formalismo baseia-se nas Teorias de Grande Unificação. Guth
supôs que, quando o Universo tinha a escala de Planck
(
m), sua energia estaria concentrada em um
campo escalar
. No intervalo
s o Universo teria experimentado uma transição de
fase que o levou de um estado dominado pelo vácuo falso (vf)
a um estado dominado pela radiação. Admitindo que
e
, as equações
(7) e (8) podem ser reescritas como
A Equação (21) é uma equação linear homogênea de segunda ordem e admite solução na forma
em que
Para tem-se
s. A imposição de que a
solução dada pela Equação (22) também seja solução da Equação (20)
implica que
deve ser desprezível (a curvatura do Universo
). Para se
ter uma idéia qualitativa do significado dessa expansão, durante o processo
inflacionário o Universo necessitou de
s para que
aumentasse por
um fator
. Imediatamente antes e após a inflação, o Universo
era dominado pela radiação e o fator de escala era dado por
.
Depois de
anos o Universo passou a ser dominado pela matéria e
. Portanto, da nucleossíntese primordial até hoje, o fator de
expansão teria sido de
ao longo de cerca de
s.
O problema da curvatura é resolvido com a expansão inflacionária e
o conseqüente aumento no fator de escala. Não importa a condição
inicial: se houve um período inflacionário devemos ter,
necessariamente, . O problema do
horizonte também é solucionado pelo modelo inflacionário. Um
argumento quantitativo, para solucionar o problema do horizonte, é
obtido ao se comparar a distância que a luz pôde viajar do início
da inflação
, durante um intervalo
, com a
distância que pôde viajar após o desacoplamento, isto é,
Essa integral fornece
A Equação (25) mostra que, no
contexto inflacionário, foi possível estabelecer contato causal
entre todas as regiões do Universo antes que elas fossem separadas
por distâncias superiores ao horizonte de eventos. Essa expansão
rápida também reduz a densidade de monopólos por um fator
proporcional a .
Dessa forma, a densidade atual de monopólos é desprezível, o que é
compatível com o fato de que monopólos nunca foram detectados
experimentalmente.
Uma outra característica atraente da inflação é a possibilidade de ela apresentar um mecanismo para explicar a existência de perturbações de densidade que dariam origem a estruturas em grande escala. Flutuações quânticas teriam sido ampliadas pela inflação e evoluído para gerar flutuações de densidade no plasma primordial. Após o desacoplamento, essas flutuações de densidade foram amplificadas e deram origem às estruturas observadas atualmente (galáxias, aglomerados, superaglomerados).
Entretanto, ainda persistem problemas que não são explicados mesmo incorporando o modelo
inflacionário ao MCP. O principal deles é o da existência de uma singularidade nos
instantes iniciais do Universo. Quando s, as
energias envolvidas tornam-se tão grandes que é necessário o uso de uma teoria quântica
da gravitação, ainda desconhecida. Portanto, mesmo que o modelo inflacionário seja
verdadeiro, ele apenas descreve a dinâmica do Universo nos instantes posteriores a
, mas o problema de como e o quê originou o Universo continua sem resposta.