Notícia
Eclipse total da lua será transmitido em tempo real
São José dos Campos-SP, 01 de março de 2007
A Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de pesquisas Espaciais (INPE) programou para o início da noite de sábado, 3 de março, uma transmissão do eclipse total da Lua em tempo real por meio da Internet, a partir da cidade de São José dos Campos (SP). A observação coletiva, além de ser ao vivo e a cores, oferecerá ao internauta a oportunidade de participar de um bate-papo com pesquisadores do INPE, UFRJ e USP (do projeto 'Telescópios na Escola'), além da equipe do Miniobservatório Astronômico do INPE.
A transmissão será feita a partir da página na Internet, com início às 19h30min e término às 22h15min (hora de Brasília). Caso o céu local esteja encoberto, o evento será cancelado.
Nesse eclipse, a Lua começará a entrar na umbra terrestre às 18h34min (hora de Brasília), poucos minutos após o seu aparecimento a nordeste no céu de São José dos Campos (o nascer para um horizonte ideal será às 18h26min). Às 19h48min terá início a totalidade do eclipse, quando a Lua entrará completamente dentro da umbra. O instante do máximo do eclipse será às 20h24min. A totalidade terminará às 21h. Portanto, a Lua ficará aproximadamente 1 hora e 12 minutos imersa na umbra. Finalmente, a Lua sairá da umbra às 22h13min. Os instantes de tempo são aproximados (erros de 5 minutos para mais ou para menos).
Informações adicionais e ilustrações em:
http://www.das.inpe.br/divulgacao/eclipses.html e
http://www.das.inpe.br/~milone/ensino/curso/aulas/img107.html.
O último eclipse lunar (total também) visível do Brasil ocorreu na noite de 27 para 28 de outubro de 2004. O próximo acontecerá em 28 de agosto próximo, o qual também será total, porém de difícil visualização (início pouco antes do caso da Lua).
Saiba mais sobre os eclipses lunares
Os eclipses da Lua ocorrem quando a Lua atravessa a sombra da Terra, sempre na ocasião da Lua cheia, enquanto que os eclipses do Sol acontecem quando a Lua fica entre o Sol e a Terra, na ocasião da fase nova, projetando sua sombra em nosso planeta. Os eclipses lunares podem ser totais, parciais ou penumbrais. O eclipse de 03 de março será total de modo que a Lua entrará completamente dentro do cone da sombra escura da Terra (denominada de umbra terrestre). Se por ventura a Lua não ficar totalmente imersa na umbra, temos um eclipse parcial. O eclipse penumbral é quando a Lua atravessa apenas a penumbra terrestre e é quase imperceptível.
Os eclipses da Lua e Sol, respectivamente, não ocorrem em toda fase cheia e nova da Lua. A explicação vem do fato de que o plano de órbita da Lua em torno da Terra não coincide com o plano da órbita da Terra ao redor do Sol.
Mesmo num eclipse total, a Lua não fica totalmente obscurecida quando está imersa na umbra terrestre (fase da totalidade que dura no máximo 1 hora e 40 minutos). A razão é que a luz solar sofre dois efeitos ao atravessar a atmosfera da Terra: um deles, é que a atmosfera espalha mais a luz azul e deixa passar a luz vermelha. O outro é que a atmosfera faz convergir essa componente vermelha para dentro da umbra, como uma lente.
Diferentemente de um eclipse do Sol, um eclipse da Lua é um fenômeno astronômico de observação simultânea para qualquer lugar sobre o globo terrestre. Enquanto um eclipse da Lua transcorre nos mesmos instantes de tempo para todos os possíveis observadores terrestres seguindo obviamente seus horários locais, os instantes de visualização dum eclipse do Sol são determinados pelo deslocamento da sombra da Lua em diferentes localidades do globo.
Embora sejam menos frequentes em termos absolutos, os eclipses da Lua podem ser visualizados em maior número de um dado lugar, porque é necessário apenas que a Lua esteja no céu local em suas ocasiões (céu não totalmente encoberto de nuvens). Os eclipses não são eventos raros. Todos os anos há eclipses da Lua e/ou do Sol. Ocorrem no mínimo 2 eclipses por ano (que são solares) e, no máximo, 7 eclipses por ano: 2 lunares e 5 solares, ou 3 lunares e 4 solares.
Eclipse total lunar, em novembro de 2003
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