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Workshop sobre observatório virtual brasileiro tem participação da RNP

por INPE
Publicado: Fev 14, 2007
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São José dos Campos-SP, 14 de fevereiro de 2007

Nos dias 5 e 6 de fevereiro, o diretor de Inovação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Michael Stanton, foi um dos palestrantes no 1º workshop do projeto Bravo (Brazilian Astrophysical Virtual Observatory). O evento foi realizado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (São Paulo).

Coordenado pelo Inpe e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), o Bravo representa um passo importante para a criação do Observatório Virtual brasileiro (BR-VO). Esse projeto vem sendo discutido há cerca de dois anos por grupos de pesquisa em astronomia e astrofísica.

O objetivo de um observatório virtual (OV) é permitir o acesso fácil, de forma uniforme, às bases de imagens e espectogramas gerados por observações do céu feitas por profissionais e armazenados em repositórios digitais.

Brasil vai se filiar à Aliança Internacional

Para tornar essa abordagem científica mais poderosa, prevê-se a articulação de uma federação de observatórios virtuais em diversos países, onde já existem acervos astronômicos. A chave para a interoperação bem-sucedida desses observatórios nacionais é a adoção de padrões uniformes de catalogação. Para cuidar disso, foi formada a Aliança Internacional de Observatório Virtual (International Virtual Observatory Alliance – Ivoa), que é o foro para acordos sobre esses padrões. Quando se filiar à Ivoa, o BR-VO será o 17º membro.

O workshop do Bravo teve por objetivo expor o funcionamento de um OV e explicar qual a contribuição que as tecnologias de informação e comunicação (TIC) podem trazer à astronomia. O principal palestrante foi o cientista e gerente de projeto do Observatório Virtual dos Estados Unidos, Robert Hanisch, do Space Telescope Science Institute da Universidade Johns Hopkins. O Instituto é o responsável pela gestão do telescópio Hubble. Outros palestrantes são astrônomos da USP, da UFRJ, do Observatório Nacional e do Inpe, e especialistas em TI do Inpe, do Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e da RNP.

Em sua palestra, Michael explicou aos presentes como a RNP pode ajudar as comunidades científicas que têm demandas especiais de redes, como as de astrônomos e astrofísicos. Estes pesquisadores, em geral, necessitam de taxas de transferência de mais de um gigabit por segundo. Uma das contribuições possíveis diz respeito a como alcançar altas taxas de transmissão, através do uso adequado da rede. Michael também falou de recursos que facilitam o compartilhamento e o armazenamento de dados, como as grades.

Capacitação de recursos humanos

O Bravo envolve, além de investimentos em tecnologia da informação, capacitação de recursos humanos. Estão previstas visitas técnicas à Universidade Johns Hopkins e ao Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), ambas nos Estados Unidos. A experiência permitirá aos participantes um maior conhecimento em repositório de dados. Também pretende-se realizar a Escola de Verão em Tecnologia de Software em Astrofísica.

Os projetos do Observatório Virtual acontecem em boa hora. Em 2013, o Grande Telescópio Sinóptico de Pesquisa (Large Synoptic Survey Telescope – LSST) entrará em funcionamento no Chile. O instrumento vai ter dedicação exclusiva ao rastreamento de todo o céu, a cada cinco dias. O objetivo é fotografar, resumida e rapidamente, o céu e comparar as fotos, para detectar movimentos de cometas, asteróides, ou mudanças de brilho como explosões de novas e super-novas. Essas imagens serão lançadas em repositórios de dados para a comunidade científica. Até lá, graças à adoção da abordagem do OV, o acesso a essas informações estará bem mais organizado.

Como funciona um observatório virtual?

Para que o acesso aos dados gerados por observações do céu seja facilitado, é necessária a catalogação do extenso acervo de informações disponíveis, gerando para cada imagem ou espectrograma os metadados que definem onde, quando e como foi feita a observação. A montagem desses catálogos torna possíveis buscas e mineração de dados nos acervos astronômicos.


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