Notícia
Cooperação interna garante sucesso do detector nacional
São José dos Campos-SP, 02 de outubro de 2006
Os transdutores do detector de ondas gravitacionais Mario Schenberg, primeiro experimento de gravitação brasileiro, são fruto da cooperação e comprometimento de técnicos e pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Estes profissionais atuam em diversas áreas do Instituto e, mesmo não participando do estudo de sinais gravitacionais, colaboraram e foram decisivos para a construção do detector, instalado no Laboratório de Física das USP e que começou a operar com sucesso neste mês de setembro.
Para evitar a transmissão de vibrações mecânicas para a esfera do detector, são necessárias pequenas antenas que foram desenvolvidas em conjunto pelos profissionais do INPE. "O Sérgio Ricardo Furtado é técnico da DAS/CEA do INPE e aluno de doutorado do curso de pós-graduação em astrofísica. Ele e eu, seu orientador, estamos desenvolvendo os transdutores do detector de ondas gravitacionais. Várias equipes no INPE vêm nos ajudando nesse desenvolvimento e construção", explica Odylio Aguiar, da DAS/CEA do INPE e um dos líderes do projeto do detector.
A seguir, Odylio Aguiar relata a participação das equipes do Instituto:
"Os pares de anteninhas miocrostrip foram projetados e construídos pelos colegas do INPE na DEA/ETE: Lúcio Baptista Trannin Cividanes, Vicente de Paulo Damasceno da Costa Junior e Sérgio Arantes Villela.
Também da DEA/ETE, Ivan Oldrich Geier Vila nos ajudou na soldagem de cabos coaxiais e Geraldo Inacio da Rosa nos forneceu suporte com equipamentos e componentes na área limpa do prédio dos sensores.
Miriam Nishimori e o técnico Jose Paulo da Silva, ambos do Circuito Impresso, foram incansáveis nos vários tratamentos químicos que fizemos nos transdutores, antenas microstrips e outras partes do detector.
Estamos fazendo membranas de silício com o Jose Roberto Sbragia Senna (LAS) e Enrique Klai de França (aluno de doutorado da Engenharia e Tecnologia Espaciais), que também nos ajudam no tratamento químico e corte para a fabricação de antenas microstrips.
Furações especiais em alumina estão sendo feitas com as brocas de diamante desenvolvidas pelo grupo do Vladimir Jesus Trava Airoldi (LAS/CTE).
A Maria Lucia Brison de Mattos (LAS/CTE) realizou todas as análises de raios-X nas deposições de nióbio nos transdutores.
Antonio Fernando Beloto (LAS/CTE) nos ajudou nas deposições metálicas em antenas microstrips e Luis Antonio Waack Bambace (SCE) nos ajudou nas técnicas de deposição de nióbio.
Francisco Augusto Ferreira Souza (bolsista PCI no LAS/CTE) e Alice Hitomi Nakahara Ueda (LAP/CTE) nos ajudaram em tratamentos químicos dos transdutores.
Na própria Divisão de Astrofísica (DAS/CEA) colaboraram com o projeto dos transdutores: José Angelo Neri, Luiz Antonio Reitano, Mario Celso Padovan de Almeida, Edson Rodrigues da Silva, Alan Braga Cassiano, Marcos André Okada e Mauricio Marsi dos Santos Barboza, além de César Strauss e Ricardo Varela Correa da CEA.
Da oficina mecânica do INPE: Jose Vitor de Vilas Boas, Geraldo Orlando Mendes, Célio César Fernandes, Mario Mitsumassa Yamashita, José Carlos Alves Moreira, Artur Faria de Oliveira, Antônio Carlos Dias, Luis Carlos dos Santos, Noburo Sato, todos do SMD, nos ajudaram em diversas fases da usinagem dos transdutores.
A equipe da Térmica do LIT, composta por Ezio Castejon Garcia, Marcio Bueno dos Santos, Rose Mary do Prado Demori, Osvaldo Donizeti da Silva, Anderson Rodolfo dos Santos e Julio Mariano colaborou nos testes criogênicos dos transdutores e antenas microstrips. Também do LIT, tivemos a colaboração das equipes do Benjamim da Silva Medeiros Correia e do Marco Antonio Strobino, além do próprio Clovis Solano Pereira, em outras etapas anteriores do desenvolvimento do sistema transdutor.
Todas as sintonias das cavidades de microondas e vários outros testes e experimentos de bancada, assim como simulações computacionais de cavidades foram feitos nos laboratórios de Pedro Jose de Castro e Joaquim Jose Barroso de Castro, no Plasma (LAP). Eles também fazem parte do Grupo Gráviton, que desenvolve o detector de ondas gravitacionais brasileiro e é formado por pesquisadores do INPE e de outras quatro instituições - USP, ITA, UNICAMP e CEFET-SP. Essas atividades do Pedro e Barroso tiveram apoio técnico de: Joaquim Paulino Leite Neto, Alberto Barbosa da Silva, José Luiz Toledo (bolsista PCI), Celso Luiz Terzetti, Marco Antônio Marcodes de Abreu, todos do LAP/CTE.
Pedimos desculpas por eventuais esquecimentos de colaboradores, no INPE, no projeto do detector Mario Schenberg. Muito provavelmente, esquecemos dos nomes de alguns colegas, nas listas acima. Por favor nos corrijam, enviando uma mensagem por e-mail", conclui Odylio Aguiar.
Na foto abaixo, um detalhe do posicionamento de uma anteninha (microstrip ou microlinhas) em frente a um transdutor (sensor) na superfície da esfera do detector de ondas gravitacionais brasileiro. Essa anteninha transmite o sinal da portadora (em 10.2 Ghz) para o transdutor na superfície da antena esférica e recebe esse sinal de volta, já modulado pelo movimento de oscilação da esfera. A razão do uso dessas antenas microstrips é impedir a transmissão de vibrações mecânicas para a esfera.
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