Notícia
INPE participa do primeiro detector nacional de ondas gravitacionais
São José dos Campos-SP, 25 de setembro de 2006
O primeiro experimento de gravitação brasileiro entrou em operação neste mês de setembro no Instituto de Física da USP, em São Paulo. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participa do Projeto Gráviton junto com outras quatro instituições - USP, ITA, UNICAMP e CEFET-SP. O detector de ondas gravitacionais Mario Schenberg permitirá o estudo de fenômenos astrofísicos que não podem ser observados através de outras ondas ou partículas. E uma das chaves para a compreensão da origem do Universo pode estar na observação das fontes emissoras de radiação no espectro gravitacional. Vários países estão buscando a primeira detecção de ondas gravitacionais, e agora o Brasil faz parte desta empreitada.
Os pesquisadores brasileiros desenvolveram a tecnologia para a construção do telessensor esferoidal (antena esférica), que foi batizado de Mario Schenberg em homenagem a um dos pioneiros da Física Teórica e da Astrofísica moderna no Brasil, que no início da década de 40 trabalhou nos Estados Unidos ao lado de George Gamow e Subramanyan Chandrasekhar. O detector servirá ao estudo da emissão de ondas gravitacionais por fontes astrofísicas - buracos negros e estrelas de nêutrons.
Entre os dias 8 e 13 de setembro, coletamos e gravamos os dados de três sensores deste experimento. Essa primeira corrida de 120 horas é a primeira do detector, que, dessa forma, inaugurou a sua fase comissionária, na qual serão feitos ajustes e melhorias para passar a funcionar como um detector competitivo, explica Odylio Aguiar, pesquisador do INPE que lidera o Projeto Gráviton junto com Nei de Oliveira Junior, da USP.
Os sinais gravitacionais de objetos astrofísicos abrem uma nova janela no estudo da Física e da Cosmologia: a Astronomia Gravitacional. A construção do detector de ondas gravitacionais Mario Schenberg fomenta o conhecimento tecnológico nas áreas de criogenia, vácuo, transdutores a baixo ruído, supercondutividade e isolamento vibracional, entres outras, favorecendo a formação de novos especialistas nestes campos.
Mais informações sobre o projeto Gráviton e o que são ondas gravitacionais no site www.das.inpe.br/~graviton.
As fotos mostram a antena esférica de ondas gravitacionais e detalhes do seu cabeamento, que envia e recebe o sinal do sensor/transdutor através de pequenas antenas sintonizadas na frequência de microondas.
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