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Brasileiros e italianos discutem parceria na área de Astronomia Espacial
São José dos Campos-SP, 10 de junho de 2010
![Imagem Brasileiros e italianos discutem parceria na área de Astronomia Espacial](http://www.inpe.br/noticias/arquivos/imagens/lattes_dtq.jpg)
Delegação italiana de especialistas em Astrofísica está no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), para discutir os instrumentos científicos do MIRAX (Monitor e Imageador de Raios X). Primeira missão astronômica espacial brasileira a bordo de um satélite - o MIRAX é destinado ao estudo do centro da galáxia e seus objetos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.
Além da câmara imageadora de raios X desenvolvida no Brasil, pelo INPE, o MIRAX pode ser composto ainda por mais dois instrumentos, estes italianos. Participam das reuniões com os astrofísicos e engenheiros espaciais do INPE especialistas do INAF (Istituto Nazionale di Astrofisica), do IASF (Istituto di Astrofisica Spaziale e Fisica Cosmica) e da Universidade de Ferrara.
Segundo João Braga, vice-diretor do INPE e coordenador do MIRAX, a parceria pode envolver ainda formação de pessoas, com o intercâmbio científico entre o INPE e as instituições italianas. O projeto já conta com o apoio da ICRANet, uma rede internacional de grupos de pesquisa nas áreas de Relatividade, Cosmologia e Astrofísica. Os dados gerados pela missão MIRAX serão utilizados pelos pesquisadores brasileiros e também serão importantes em termos de cooperação científica internacional.
O MIRAX estará a bordo do LATTES, um satélite científico desenvolvido pelo INPE e com lançamento previsto para 2014, que atenderá não só aos objetivos astronômicos como também a missão EQUARS, esta voltada para estudos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial. No caso da missão MIRAX, o objetivo é realizar um levantamento sem precedentes do comportamento espectral e temporal de um grande número de fontes transientes de raios X em escalas de tempo de horas a meses.
Essas fontes de raios X apresentam comportamento variável no tempo e precisam de instrumentos que observem um grande número de fontes pelo máximo de tempo possível. Os emissores de raios X estão geralmente associados à presença de objetos compactos remanescentes de estrelas (buracos negros, estrelas de nêutrons e anãs brancas) e, em muitos casos, manifestam-se através de gigantescas explosões cósmicas, explica João Braga.
Os instrumentos do MIRAX estão sendo desenvolvidos no INPE, em cooperação com outras instituições do Brasil, como USP, UFRN e UFRS, e do exterior, como Universidade da Califórnia e MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts, dos Estados Unidos, e Universidade de Tuebingen, da Alemanha, entre outras. Com o lançamento do MIRAX, o Brasil obterá dados sobre importantes classes de objetos astrofísicos e poderá dar significativa contribuição ao conhecimento humano acerca do universo.
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