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Cosmologia

Publicado Por: INPE
Última Modificação: Fev 19, 2020 15h51

Cobertura do Céu

A preparação de um mapa de céu inteiro requer, em princípio, um conjunto de dados suficientemente homogêneo, cuja obtenção na prática é afetada por uma série de limitações. A eficácia do programa observacional empreendido para contorná-las se constitui, portanto, num parâmetro de comparação que nos permitirá avaliar a qualidade dos mapas resultantes.

Os dados nos mapeamentos da Tabela 1.2 foram obtidos utilizando o radiotelescópio como instrumento de trânsito meridiano e, em geral, com alimentadores do tipo dipolo e receptores do tipo Dicke para medir o componente da radiação circularmente polarizado à esquerda. Em TB62 e MS73 as observações consistiam em varreduras em ascensão reta (α) com intervalos fixos de declinação (δ); nos demais, varreduras em declinação com velocidades típicas de alguns graus por minuto eram efetuadas. A técnica mais aprimorada foi a de Haslam e colaboradores, que exploraram as vantagens deste procedimento para construir uma grade de pontos no céu a partir da intersecção das varreduras com declinação crescente e descrescente. Desta forma, foi possível reduzir ao mínimo as variações na linha de base, uma das fontes de erro mais graves em observações desta natureza.

Imagem da Tabela Surveys utilizados na preparação de mapas do céu inteiro da emissão galáctica em baixas frequências

Imagem Mapa de Yates
Figure: Mapa de Yates (1968) em 85MHz [Mapa A da Tabela 1.1] (Fonte: Yates (1968), p. 170).

Como a área efetiva na esfera celeste que pode ser observada é função da latitude do observador, a melhor opção na preparação de um mapa de céu inteiro consiste em reduzir a incompatibilidade que observações, obtidas em locais diferentes (e com instrumentos diferentes), podem introduzir na análise conjunta dos dados. Sob este aspecto, apenas o mapa D na Tabela 1.1 apresenta um nível de consistência melhor.

Mapa de Landecker
Figure: Mapa de Landecker e Wielebinsky (1970) em 150MHz [Mapa B] (Fonte: Brown (1974), p. 17).

Em primeiro lugar, a composição do mapa C não cobre a região que circunda o Pólo Norte Celeste numa extensão de 30°. Para tanto, Cane utilizou um índice espectral constante para completar os contornos isotérmicos em 30MHz do mapa C com os contornos de TB62 em 178MHz. A preparação do mapa B resultou da necessidade de compatibilizar a mesma união no mapa A entre TB62 do Hemisfério Norte e M65 do Hemisfério Sul. Além disto, ambos os mapas A e B precisaram recorrer a 4 mapeamentos suplementares na sua preparação final. A utilização de TB62 em A, B e C compromete mutuamente a qualidade destes mapas.

Carlos Alexandre Wuensche - Criado em 2005-06-02