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Em geral, um campo de radiação de eletromagnética, que pode ser caracterizado pela superposição de ondas polarizadas em todas as direções, apresenta apenas uma porcentagem de sua intensidade total com polarização bem definida, gerando um padrão que pode ser mapeado. Para a RCFM, esta fração polarizada corresponde de 0,1% a 1% da amplitude das flutuações de temperatura, dependendo do processo físico que deu origem à polarização. Entretanto, essa polarização será sempre linear, uma vez que ela resulta de um espalhamento.
Quando as primeiras estrelas de grande massa surgiram (cerca de
200 milhões de anos após o Big-Bang), a radiação emitida por elas
foi capaz de ionizar as moléculas de hidrogênio que permeavam o
Universo, num processo conhecido como reionização. Os elétrons
liberados durante a reionização puderam interagir com os fótons
presentes no meio, inclusive com os da RCFM, introduzindo um
pequeno grau de polarização () em grandes escalas
angulares. Por outro lado, fenômenos presentes no momento da
recombinação também produziram polarização. O espalhamento Thomson
dos fótons pelos elétrons do fluido primordial apresentavam um
movimento ordenado seguindo as ondas acústicas que se propagavam
no plasma, produzindo polarização com uma intensidade da ordem de
1%. Além desta perturbação escalar (ondas acústicas), o plasma
também sofreu a ação de perturbações tensoriais: o espaço-tempo
oscilava, alongando, comprimindo e torcendo o plasma. O termo
tensorial, ao contrário de escalar, indica que a perturbação
requer uma orientação definida. Estas oscilações eram decorrentes
da passagem de ondas gravitacionais produzidas durante a Inflação.
O espalhamento dos fótons pelos elétrons durante o processo de
torção do plasma também polariza a radiação, com uma amplitude
devida à pequena amplitude das ondas
gravitacionais.
As primeiras medidas de polarização da RCFM começaram a ser feitas ainda na década de 70, mas somente em 2002 se conseguiu a primeira detecção positiva. O instrumento DASI foi capaz de mapear o padrão de polarização em torno do Pólo Sul celeste. Em 2003, o satélite WMAP confirmou esta medida, porém com um mapeamento do céu inteiro.